[ad_1]
Ao apontar, em delação premiada, Coriolano Coutinho como integrante do grupo que teria orquestrado contratação do escritório de advocacia Bernardino Vidal para “recuperar créditos tributários da PMJP”, garantindo a devolução de parte dos honorários (esquema de propina), a ex-secretária Livânia Farias direcionou os holofotes para o irmão, que na época era prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho.
As revelações de Livânia Farias e mais os documentos colhidos durante a investigação, levaram o Gaeco/MPPB a apresentar denúncia à Justiça contra os dois já citados e mais o ex-procurador Gilberto Carneiro e Laura Farias, e pedir, além da responsabilização penal, a devolução de R$ 7,7 milhões pagos ao escritório. O dano para a Prefeitura de João Pessoa foi estimado em R$ 49 milhões, destaca publicação da jornalista Lena Guimarães, no Correio da Paraíba.
O caso começou em junho de 2011, com a apreensão de R$ 81 mil, em um Fox 1.6 dirigido por Rodrigo Lima da Silva, que pegou o dinheiro em Recife. No pacote, uma folha de papel identificando como seria a distribuição dos valores: G, de Gilberto Carneiro, R$ 28 mil; L, de Livânia Farias, R$ 10 mil; C, de Coriolano Coutinho, R$ 39 mil; e Dra. Laura, R$ 4 mil.
Depois das primeiras notícias, o caso sumiu. Com a delação de Livânia, foi resgatado e expôs o mesmo grupo que a Operação Calvário investiga por desvios e enriquecimento ilícito com verbas da Saúde.
Até aqui, o que se sabia não dava para atingir diretamente Ricardo Coutinho. Agora, todos estão curiosos com o que mais disse Livânia Farias, que esteve no grupo mais próximo do socialista desde que foi eleito prefeito da Capital, e depois passou os oito anos dos dois mandatos de governador na poderosa Secretaria de Administração, que cuida da folha e contratos do Estado, como foi o caso da Cruz Vermelha.
Como o Gaeco não tem partido, as revelações e as denúncias atingem a imagem do PSB e dos líderes, além de dar um forte discurso à oposição. Também não é inteligente subestimar o eleitor, que nunca esteve tão consciente sobre os danos da corrupção. Basta olhar para Lula, que antes mesmo de ser formalmente acusado, já tinha perdido o encanto para boa parte da opinião pública.
Livânia pode se transformar no maior cabo eleitoral da oposição. Os segredos que já não guarda podem dificultar o projeto do PSB para as eleições do próximo ano.